domingo, 27 de agosto de 2017

ZIMBABWE E BOTSWANA


Continuação da viagem à África,  eu considero essa segunda parte da viagem a mais linda, a mais selvagem, a mais África. 

AVIAO:          R$ 640,00 Air Namibia (Windhoek p/ Vic Falls)
HOTEIS:        Victoria Falls (N1 Hotel) R$ 180,00 (2 noites)
                        Kasane (Sekama Guest House)  R$ 62,00 (1 noite)
Ps: valores por pessoa

Chegamos no aeroporto de Victoria Falls e para entrar no Zimbabwe cobravam 30 dólares para o visto (single entry) do país.
Para ir até o hotel não tem ônibus, tem algumas vans (15 dólares por pessoa), mas quando fomos não tinha nenhuma disponível, eles forçam bastante a usar os táxis e eles cobram 30 dólares pela corrida.. negociamos e fechamos em 25, ou seja como estávamos em 3, valia mais a pena o táxi do que as vans.
Fomos direto ao hotel N1, largamos as malas e saímos para ir ao mercado, mas decidi voltar e ficar no hotel porque estava passando mal do estômago, então a Rê e o Arthur foram as compras e depois ficamos na piscina do hotel para descansar porque eu estava bem mal. 


Chegada com dança típica no aeroporto

Piscina do Hotel N1


Acordamos arrumamos nossas malas e deixamos na portaria enquanto íamos conhecer Victoria Falls.
Fomos caminhando até lá, cerca de 20 min do hotel e no caminho muitas pessoas nos cercando para vender coisas, chega a ser chata a pressão.
Para entrar no parque cobram 30 dólares por pessoa.  
Caminhamos pelo parque inteiro, as cachoeiras são magníficas e o caminho é bem tranquilo e como estávamos na época das chuvas, a água era tanta que o spray d'água parecia chuva! Nos molhou inteiros e eu estava me arrastando ainda mal do dia anterior, mas estava muito bom!
O Arthur ficou literalmente encharcado porque foi em um caminho até a beira das pedras onde o jato era uma ducha praticamente.  
Entrada do parque Victoria Falls
Victoria Falls
Spray D`água
 
O famoso macaco das partes azuis
 Na saída o Arthur decidiu ir até a ponte que faz a fronteira Zimbabwe/Zambia (lá houve um acidente de bungee jump em que uma australiana de 20 anos caiu na água depois de a corda arrebentar em 2008, ela sobreviveu e eles ainda fazem saltos).
Quando o Arthur voltou continuamos até o The Lookout Cafe, a 500 m da entrada do parque, vale a pena ir até la para conhecer, tem uma vista maravilhosa do Rio Zambezi depois das quedas. Tomamos um suco por 3 dólares e cerveja por 2 dólares, as comidas giravam em torno de 10 a 15 dólares.

Visto do The LookOut Café
Conseguimos negociar (muito!) com um táxi para nos levar ate a fronteira da Botswana por 40 dólares, e ele disse q não podia baixar mais porque tinha q pagar a polícia e realmente no caminho um policial nos parou e ele teve que pagar 10 dólares para ele. Na estrada avistamos vários elefantes e macacos, além dos porcos do mato.
Chegando na fronteira, fizemos a imigração para Botswana e ali sem custos. Como tínhamos combinado com o cara do hotel (bonni) para nos pegar, ficamos esperando, vários táxis passam por ali e deve ser fácil pegar um até a cidade, mas o bonni não apareceu.
Fui até a fronteira e eles ligaram para ele por mim, depois de 10 minutos, ele estava lá. Fomos para o Sekama Guest House contratado pelo AIRBNB, uma casa linda, com quartos no fundo para alugar, os quartos são simples, bemmmm simples mas o atendimento eh nota 1000.
Para o transfer da fronteira até o hotel cobraram 2 dólares por pessoa, a janta com comida típica com carne e papas (tipo uma polenta branca) e um molho de feijão custou 2 dólares por pessoa, cerveja 1 dólar, água de 5 litros 2 dólares.
Algo que não achei legal foi que a tabi (gerente) me chamou e falou que tinham cobrado errado o valor do quarto, e falou que a terceira pessoa seria mais 20 dólares... não tinha como questionar e tivemos que pagar.
 Nessa noite o Spokes (que contratamos para o safári) apareceu para conferir se estávamos bem e se tínhamos chegado bem no hotel, uma simpatia só!! 
Jantamos cedo e fomos dormir, tentar recuperar as forças, para ver se o estômago fica bom de uma vez. 
No meio da noite o Arthur acordou e achou que tinha uma mariposa em cima da cabeça dele por cima do mosquiteiro, quando olhou melhor viu que era um RATO! Sim, um rato! Ele jogou o rato longe e levantou para tentar jogar ele para fora, era bem pequeno e eu e a re nos apavoramos maaas, estamos na África. Acho que já devíamos esperar, né? 

Elefantes na estrada

A janta estava ótima, quase não sobrou para a foto.

Vários Macaquinhos na fronteira.

Porcos Selvagens também

Dumela= oi
Kealeboga=obrigado

No dia seguinte pagamos as contas do hotel falamos do rato e ela só falou que era "normal" e que eles (os ratos) aproveitarem uma porta aberta pra entrar, principalmente em épocas de chuva, ok?! Ou seja, África!  hahaha
O Spokes nos pegou as 8:30 para começar o safári, nos levou antes para comprar um remédio para a barriga da re e a atendeu super bem, até pagou o remédio para ele porque ela não tinha notas de pula (moeda da Botswana), cada 10 pulas é 1 dólar.
Fomos ao passeio de barco, a saída ficava no hotel Chobe Safari Lodge, lindo, acabamos pegando um barco somente para nos três, um barco menor e mais rápido.
Muito bom pela privacidade e disponibilidade de ficar quanto tempo quiséssemos vendo um animal, vimos outros barcos cheios de pessoas, e não me pareceu tão interessante. 
Nosso guia no barco foi o Steve, gente finíssima falando calmo e explicando bem as coisas e ele enxergava de longe os animais, muito bom. 
No início vimos logo crocodilos e impalas, ele parou para fazer o registro do barco para entrar no parque e seguimos vendo hipopótamos, elefantes e búfalos de monte, fomos muuuuito longe, vendo diferentes pássaros e águias africanas. Foi lindo demais!
E quando estava bem no fim do passeio, na volta já, vimos um aglomerado de barcos em um ponto e fomos ver o que era, tinha duas cheetas loooooooonge na mata, embaixo de um arbusto, com o binóculo dava para ver muito mal. Foi um passeio de 3 horas imperdível. 

No barco com hipos ao fundo
Impalas

Fish Eagle


Hipopótamos
Na volta o Spokes já nos aguardava para levar para almoçar, no carro  tinha um freezer e também cobertinhas para o frio.
Seguimos para um restaurante super charmoso, perto do rio chamado The Old House, o almoço estava incluso no pacote do Spokes, mas, uma salada com sashimi de salmão custava 80 pulas (8 dólares), um cesta de frutos do mar 95 pulas (9,5 dólares), o peixe com batatas grelhadas 90 pulas (9 dólares). Ali já vimos que o Spokes é um homem com muitas histórias para contar.
Depois do almoço ele nos levou a um mercado local para comprar um vinho e o Arthur comprou um Tallhorse por 50 pulas (5 dólares). 
Almoço com Spokes
Seguimos para o parque Chobe, antes de entrar paramos para registrar a entrada do carro no parque e pronto,  estávamos ali, rodeados de babuínos, elefantes, hipopótamos, impalas, búfalos, girafas, zebras e paisagens maravilhosas e indescritíveis.
O Spokes tentou muito achar os "cats", mas sem sucesso. 
Os elefantes descendo o rio, rosnando, protegendo os filhotes, tomando água, se jogando areia para proteção dos insetos e as girafas abrindo as pernas da frente para conseguir tomar água e correndo desengonçadas foram um show a parte, além do magnífico pôr do sol. Indescritível mesmo. 

Elefantes fazem poses...

Muitas poses...
Adoram!

Baobá

Girafas
Tentando comer
Macacos misturados com os impalas

Pôr do Sol na África é assim....

Sem igual!



Assim que o sol se pôs fomos para o camping, o Spokes queria que a gente visse o acampamento antes de escurecer para conseguir saber onde estavam as coisas. 
Fui achando que seria um camping tranquilo, com mais pessoas e talvez até algumas tomadas, mas chegando lá vi que não seria bem assim. 
O Spokes nos apresentou ao cozinheiro Six e ao ajudante Sinea, os dois com um sorriso contagiante no rosto, muito legal.
Mas quando perguntei onde estavam as cercas ao redor do camping e ele me perguntou de volta: "que cercas?" percebi finalmente qual tipo de camping seria.
Um camping no meio do nada, sem cercas, poucas lanternas, uma pequena fogueira e somente nós 6 com todos aqueles animais a vontade para chegar bem pertinho a hora que bem entendessem.
Nesse momento eu e a re nos apavoramos, sem saber ao certo o que esperar,  tínhamos a certeza que seria uma experiência inesquecível.
Spokes nos pediu para levar as malas para as barracas e depois nos encontrar ao redor da fogueira para ele explicar alguns itens de segurança.
A barraca era grande e espaçosa, o banheiro era um buraco no chão, com uma poltroninha para sentar e uma pá para jogar areia cada vez que usasse o banheiro, o chuveiro era um tonel de água com buraquinhos pendurado e bem no meio do camping tinha uma tenda com uma mesa embaixo para o jantar e café da manhã. 
Voltamos para a fogueira para esperar o jantar e ouvir o Spokes, ele contou algumas histórias dos anos de safáris e que a segurança é que os animais não se aproximam por ouvir o barulho das conversas, mas caso algum se aproximasse ele apontou uma árvore com a lanterna que era onde deveríamos subir. 
Nessa hora  estava começando a escurecer  e mal conseguíamos enxergar na penumbra da noite.
O Six nos disse para sentar à mesa para o jantar e apresentou os pratos que seriam apreciados com a garrafa de vinho que compramos (uma delicia). 
De entrada uma panqueca de carne muito boa e  com ela  estava satisfeita, as lanternas mal iluminavam a comida e por isso jantamos quase no breu total, ouvindo as historias de vida do Spokes, que contou como tinha começado o negócio e que antes ele era mecânico de carro.
Prato principal, frango frito, abóbora refogada, espinafre ao molho branco, arroz, salada, e um molho vermelho, muita coisa, e tudo muito bom! Servidos muito bem e tratamento vip. Spokes contou também que ele faz passeios de 10 dias no meio do deserto para deficientes físicos, até para quem não sente calor e frio e tendo que confiar muito nele.
Acho que contou essas histórias tentando nos acalmar mas só o que me acalmou foi o vinho mesmo. 
Sobremesa, creme de limão. Foi um sentimento super contraditório um camping sem infraestrutura nenhuma, no meio do mato, mas com tratamento vip e tudo de primeira. 
Após o jantar voltamos para a fogueira e ficamos vendo as incontáveis estrelas, Spokes nos mostrou como é o som da hiena e do leão para reconhecer, aí pronto, já conseguia saber que eles estavam ali ao redor, além do hipopótamo que ficava mostrando sua enorme e alta presença. 
Usamos o "banheiro" cheio de formiga no chão e fomos para a barraca tentar dormir.
Botamos as camas bem no centro da barraca e não fechamos as janelas, assim conseguíamos ver tudo o que acontecia lá fora, só protegidos pela tela do mosquito. Dava para ver bem as árvores ao redor, só iluminadas pela luz da lua. 
De repente escutamos um barulho muito alto da hiena, seguido pelo barulho do hipopótamo e um "CARALHOOOOO" vindo da barraca da renata (que estava dormindo sozinha), rimos horrores e dormimos muito bem!
Experiência inesquecível e sem igual.

Camping iluminado somente pela fogueira

Café da manhã
Barracas

Chuveiro
Banheiro

Carro de Safári do Spokes
Acordamos as 5:30 com o "good morning" animado do Sinea e um pote de água quente para lavar o rosto e o xixi foi na moitinha fora do banheiro para evitar as formigas.
Fomos para o café e tinha outro banquete, pães, presunto, queijo, sucrilhos e um mingau de trigo. 
O Spokes teve que sair para ajudar um cara que o carro estragou e logo que ele voltou colocamos as malas no carro, nos despedimos do Six e do Sinea e fomos para mais um game drive. 
Spokes procurou muito os leões novamente, mas sem sucesso, ele parava o carro, fechava os olhos e tentava escutar os sons. 
Avistamos um aglomerado de carros, onde ficamos sabendo que os leões estavam embaixo de uma árvore, mas era impossível enxergar. Ficamos ali bastante tempo mas sem o menor sinal deles, seguimos rumo a saída do parque, encontrando vários animais novamente, mas nada como no dia anterior e nem hienas ou leões. 
Após a saída do parque o Spokes perguntou se a gente queria ir em algum lugar antes de ir ao aeroporto, ele é muito atencioso mesmo, falamos para ir direto e ali mesmo já pagamos para ele o passeio, 265 dólares que valeram cada centavo. 
O nome da empresa dele eh Classified Safaris  (email: classifiedsafaris@btcmail.co.bw), e indico demais! Antes de darmos tchau ele ainda anotou várias palavras na língua dele  pra gente e em troca anotamos em português. 
Uma pessoa de coração enorme, gentil e educado, assim defino o Spokes, e foi um prazer imenso conhecer ele.  Ficamos no aeroporto que estava em reforma e mais parecia uma rodoviária, terrível! 
Amei Botswana, espero poder voltar um dia e fazer o safári de 10 dias com o Spokes. 

Búfalos

Zebras

Estradas da África
Despedida do Spokes

Palavras em Setswana

GOSIAME! (GOODBYE)


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